É a mão da névoa a que escreve
o epitáfio desta bela tarde.
E é o rosto da névoa o que sorri
como quem chega de uma linda viagem.
A lua se antecipa nos jasmins.
Como um perfume se evapora o vale.
E entre os dedos da distância
é a rosa da névoa a que se abre.
É a boca da névoa a que cala.
E é a fronte da névoa a que sonha
para meus olhos este vago mundo.
Em seu ramo a primeira estrela canta.
Somente se ouve fluir sobre a terra
meu coração que sobe como a névoa.
Eduardo Carranza
In: Antologia Poética
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