Montanhas, vales, céus – tudo nevoento.
Toda a paisagem num burel de bruma,
que ora se adensa, ora se esgarça e esfuma,
e é um bocejo de tédio e desalento
Planície aqui; além surge e se apruma
o cabeço de um monte. Agora, lento,
um rio serpenteia e, sem intento,
despenha, ao longe, vórtices de espuma.
Desperta, enfim, minh’alma adormecida,
numa ânsia intensa de emoções estranhas ...
A dor é um triste aceno que me convida ...
Saudade minha! és tu que me acompanhas,
através da tristeza indefinida
destes céus, destes vales e montanhas.
Abgar Renault
in Obra Poética
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