Ainda me dura a melancolia.
Lá nos confins cantava um galo
aumentando o silêncio pérola e malva
em que a estrela azul se dissolvia.
Recendia a céu, a ela, a poesia.
Sem voltar a olhar fui-me a cavalo
Amadureciam as frutas e suas frutas.
A ela e a jardim secreto, recendia.
Fui-me, fui-me como por um romance
onde fôra o donzel que nunca volta. . .
a casa ali ficou com sua janela,
afundada na ausência, ao pé da alva.
Flutuou sua mão e me fui a cavalo.
Ainda me dura a melancolia.
Eduardo Carranza
In: Antologia Poética
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