quarta-feira, 26 de maio de 2010

SONETO ONÍRICO

No rumo do corrupto firmamento
a chuva chove a sua chuva inata
e o cavalo de som de negro vento
verticalmente voa se arrebata.

Entra a palavra azul num pensamento,
e um silêncio de vozes se desata;
crescem mares no tanque do momento,
surge de cada canto um cascata.

Sombras intersexuais desfilam nuas,
carregando verônicas de luas
nas caprichosas mãos de lírios e árias.

Prado viúvos se vestem de namoro
e abrem as flores guarda-chuvas de ouro
sob o sol das piscinas planetárias.

1952



Abgar Renault
In: Obra In: Obra Poética

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