terça-feira, 2 de novembro de 2010
País do Nunca
Se quereis repousar, vinde ao País do Nunca.
Há grandes árvores sonolentas logo à entrada.
Anjos erram na luz. E mãos conduzem ao sonho...
Em cada céu sorri a primeira esperança
E o corpo não é mais que um coração vivendo
A alegria irreal, a canção de um noivado.
Já não vos cansará a paisagem e as vozes
Que chegarem terão a carícia dos risos
E a ingênua oscilação, a paz das tranças claras.
Esquecereis, de súbito,os soluços e o tédio.
Nenhuma convulsão, nenhum pavor habita
O esquecido país perdido além da aurora.
Ah! como afaga a paz desse Pais do Nunca!
Como tudo é somente a luz, a delicada
Presença de um luar molhado de esperança!
Não se limitará o céu aos nossos passos
Nem o mar vos dará a travessia espessa.
Sorrireis,sorrireis, na cantiga dos anjos.
E se acaso disserdes: Sou um príncipe? O vento vos levará ao reino suspirado.
Tereis a solidão que é pura e mansamente
Sorri para o que vem das praias desgraçadas.
Ah!sonhando e sorrindo habitareis o mundo
Quem em vós quem poderá dizer se acaso estava
Ou que um dia talvez em vós se descobrisse!
Habitareis, sonhando, esse País do Nunca.
E é certo que se um dia acaso o abandonardes
Ele estará em vós. E não o esquecereis.
Alphonsus de Guimaraens Filho
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