Cicatrizes do tempo formam rugas,
Desfigurando seres pela vida.
Por mais que se vislumbrem novas fugas,
Haverá sempre o dia da partida.
As almas, muitas vezes, ficam nuas,
Descortinando assim tais cicatrizes,
Contorcidas nos troncos e nas ruas
Dos abismos sem fim e sem matrizes.
Não se limpam da pele as rudes marcas,
Mas podem se limpar tatuagens d’alma,
Tornando as tristes nódoas, nódoas parcas,
Na busca da verdade, eterna e calma.
Quem luta, na existência, por ser forte,
Liberdade terá na sua morte.
Jaguariúna, 20/11/08.
Ives Gandra
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