quinta-feira, 4 de novembro de 2010

É Natal


É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os diospiros ardendo na sombra.
Quem tem assim o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia


Eugénio de Andrade
in: Rente ao Dizer

Nenhum comentário:

Postar um comentário