No silêncio terrível do Cosmos
Há de ficar uma última lâmpada acesa.
Mas tão baça
Tão pobre
Que eu procurarei, às cegas, por entre papeis
revoltos,
Pelo fundo dos armários,
Pelo assoalho, onde estarão fugindo imundas
ratazanas,
O pequeno crucifixo de prata
- O pequenino, o milagroso crucifixo de prata que
tu me deste um dia
Preso a uma fita preta.
E por ele os meus lábios convulsos chorarão
Viciosos do divino contato da prata fria...
Da prata clara, silenciosa, divinamente fria - morta!
E então a derradeira luz se apagará de todo...
Mario Quintana;
in : Aprendiz de Feiticeiro
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