O relógio ficou parado no ar!
Pisam o sono. Quem quer vê-lo? É o vento
que entra descalço, vem para apagar
a impressão digital do sofrimento.
Tão branco assim, ele concentra todo
frio da noite em cada cartilagem;
não! dêem-lhe um banho de manhãs e iodo
para que possa continuar a viagem.
De que ele agora é livre, ó Dor, convence-o!
não sente mais o peso do Infinito,
é todo som e pensamento – voando.
Seu corpo nu, molhado de silêncio,
deixou impresso na parede o grito;
a cabeça há de estar (no céu) cantando.
Colombo de Sousa
In: Estágio 1960
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