domingo, 11 de abril de 2010

O LÍMPIDO CRISTAL


Que límpido o cristal de abril!... Um grito
não vai como os da noite – para os extra-mundos...
Todas as vozes, todas as palavras ditas – cigarras presas
dentro do globo azul – vão em redor do mundo
e a ninguém é preciso entender o que elas dizem;
basta aquele bordoneio profundo
que vibra com o peito de cada um...
palavras felizes de se encontrarem uma com a outra
nas solidões do mundo!



Mário Quintana
In: Esconderijos do Tempo

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