terça-feira, 27 de abril de 2010

HORAS MORTAS

Horas mortas ... silêncio do luar
Descendo sobre as águas;
E os rochedos na sombra a meditar
E o vento adormecendo as misteriosas mágoas.

Horas mortas ... Fantástica paisagem ...
Ó bailado das sombras pelo chão!
É quando me aparece o luar da sua imagem
No sem luz que leva ao coração.

Horas mortas de sonho e de mistério,
Em que as almas e as coisas entristecem;
E os mortos, ao luar, no cemitério,
Se levantam da campa e os vivos adormecem ...

Horas mortas da noite, em que medito;
Paisagem da saudade ...
Horas mortas, perdidas no infinito,
Quando a vida se eleva e alcança a Eternidade ...


Anrique Paço D’Arcos
in Poesias Completas

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