quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMPASSO DERRADEIRO


No compasso do tempo gero teias,
Que se emaranham em torno de meu mundo,
Neste relógio feito por areias,
Endereçadas para um chão sem fundo.

Dentre a cimeira parte pouco resta,
Quase tudo passado da medida.
A vida não foi luto, nem foi festa,
Como não foi também toda perdida.

A derradeira areia está bem perto
E meu último passo bem à vista.
O canto continua no deserto,
Sem saber de seu fim quant’inda dista.

Neste tempo renovo um só compasso,
Que formatou, na luta, meu espaço.


Jaguariúna, 01/05/2009.
Ives Gandra

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