Eram-me as ilusões da mocidade,
Constelações de magna refulgência,
Que o céu da minha plácida existência
Vinham doirar de branda alacridade.
Apagou-as o tempo sem piedade,
Uma após outra, com brutal violência,
Deixando-me sem luz, sob a influência
Dos desenganos da senilidade.
Vejo agora, repleto de amargura,
Mudada em penas, a fugaz ventura
Desses momentos calmos e risonhos,
E para sempre extinta nas sombrias
E longas noites dos meus negros dias,
A via-láctea branca dos meus sonhos.
Pe. Antônio Tomaz
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