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(Foto by Fernando Campanella)
Sim,
Outras são as manhãs
Após as chuvas
Em doces gotas de amêndoas
E emblemáticos suores de uvas....
Manhãs em hortas regadas,
Frescor de sumos, feiras livres
-‘Salsa, sálvia, rosmaninho, tomilho’ -
Respingos de amor em refrões medievais...
Sedosas manhãs molhadas, especiarias mais raras,
Cravos da Índia, orquídeas do Nepal...
Poção mágica, ervas medicinais....
Cromáticas manhãs lavadas:
Verde- ingás, vermelho-pintangas
E tantas mais cores que bailam
No pomar de líquidas miçangas...
Límpidas crisálidas, abelhas em trânsito,
Lavandas....
Pássaros cantantes...
E ainda turíbulos, aromas de incenso,
Antigas lágrimas de santas semanas
Nos missais....
Bendito, o fruto de vosso ventre,
Manhãs transfiguradas,
A germinar, a se abrir
No úmido jardim das palavras.
(Fernando Campanella, 17.09.2008)
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