sexta-feira, 20 de maio de 2011
‘HORA FESTIVA’
Brilha o sol no infinito! A natureza em festa
Mostra um raro primor, por toda parte exulta
A flor, a estremecer no galho em que se oculta,
E o pássaro, a cantar, doce prazer atesta.
Nem um traço sombrio no horizonte resta,
Tudo azul a sorrir... pela leveza inculta,
Brinca a luz, q’entre as ramas trêmulas se enfresta,
Enquanto cresce o dia, enquanto o dia avulta.
Perfumes no ambiente... aves pipilam... cantam
A linfa de cristal cujo murmúrio encanta
O espírito do poeta aureolado em dor.
Bendita seja tu, oh! Grande natureza,
Fonte eterna de paz, de graça, de beleza,
Que infiltras dentro em nós o bem, a luz, o amor!
Francisca Clotilde,
in ‘A Estrella,’ jan. de 1916
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